A corrupção parece que nasceu agora, nasceu no mês passado, nasceu com o escândalo do mensalão. Agora todos estão pregando moral de cuecas, mas só vemos as cabecinhas, ou seja, continuam todos de cuecas, travestidos em falácias e sussurros.

A máquina sempre funcionou através da corrupção no Brasil, e quem sempre foi contra sempre foi é "do-contra", desde os tempos do império. Tivemos figuras clássicas em nossa história, alguns acabaram na forca, outros não sairam do lúdico mundo da literatura, tal qual Policarpo Quaresma, com seu triste fim.

Mas nós estamos aqui, em pleno constante começo, pois fazemos parte e fazemos a história, não creio que seja possível que a população creia que tudo isso nasceu agora, que o uso da ferramenta corrupção não é fator QUASE que obrigatório, QUASE que determinante para a entrada no universo do poder, desse mundo que provoca sede e mais cobiça pelo poder, que de acordo com Michael Foucault poderíamos chamar de mundo fascista.

Sugiro experimentações não fascistas, pensamentos mais nômades, reflexões mais libertas desta tão quadrada MORAL DE CUECAS. Não me refiro aqui, é lógico, às cuecas acusadas da bendita SUJEIRA do dinheiro público, do tráfico do mensalão, mas da simples figura de lingüagem, se é que ELES me permitem o uso da palavra CUECA para outra coisa, afinal, ultimamente tem gente que nem anda mais de cuecas para não parecer suspeito.