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Segunda-feira, Junho 27, 2005

Desocupação em São Paulo

No início da noite de sexta-feira, 23, a Tropa de Choque da PM invadiu a favela na Avenida Zaki Narchi, em Santana, zona norte de São Paulo. Os moradores protestavam contra a desocupação da área. Durante o confronto, os manifestantes atiraram pedras nos bombeiros e Policiais para impedir a retirada das famílias.









Fotos de Luiz Carlos Gomes

Colaboração: Guilherme Meneghelli
6/27/2005 08:07:00 AM
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Segunda-feira, Junho 20, 2005

José e Eduardo

No Forum Social Mundial de 2005, estive em Porto Alegre com outros amigos e participei de uma coletiva à imprensa com Eduardo Galeano e José Saramago, para quem não os conhecem são escritores, o primeiro é uruguaio e formou-se em jornalismo, o segundo é português e só entrou em uma universidade quando foi convidado para palestrar sobre seus escritos.

Foi uma coletiva tensa, jornalistas ficaram de fora devido à lotação da sala, entravam participaram os que chegaram primeiro, obviamente, mas descontentes os jornalistas paraguaios não se calavam e criaram alguns coros invocando a DEMOCRACIA para participarem da coletiva, chamavam à Galeano, que como escritor humanista, deveria salvá-los, mas o mesmo via que a sala estava lotada o que impossibilitava a entrega dos outros "hermanos" jornalistas.

A consideração dos jornalistas do paraguai sobre o "herói" Galeano me levou à uma reflexão acerca de todos os escritores/poetas, fotógrafos, cineastas, enfim, à todos aqueles que algum dia me fizeram buscar suas origens, suas biografia pois seus valores me indagavam, alí vi que o mundo não tem super-heróis, vi que Galeano viajou e escreveu, viveu, sentiu e foi inevitável chamar seu livro de As Veias Abertas da América-Latina. Nestes momentos Saramago apenas balançava a cabeça com seus calvos e simpáticos cabelos brancos.

Quando foram indagados sobre o que pensavam eles dos universitários e das universidades hoje, foram simples, muito simples por sinal, primeiro o Galeano falou que a faculdade lhe trouxe um grande aprendizado, os cafés de Montevidéo, lá que discutia política, futebol, juventude... e não na universidade, foi nos cafés que aprendeu a escrever, que aprendeu a entrevistar e a falar, e assim tornar-se um jornalista parcial e respeitado. Simples também foi a colocação de Saramago, simples e curta, pois apenas pediu a palavra para dizer que só havia entrado em uma universidade após ter publicado alguns livros.

Este conceito de aprendizado me levou aos longos diálogos imaginados na Grécia antiga, cujos conhecimentos perpetuam-se até hoje, quem sabe porque conversavam mais e não apenas ouviam e engoliam a hierarquia do tablado. Ah, enquanto isso, os jornalistas do paraguai continuavam berrando.

Colaboração: Guilherme Meneghelli
6/20/2005 01:33:00 PM
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Segunda-feira, Junho 13, 2005

Nosso mundo...

Ouço os passos do futuro
Vejo-o vindo em minha direção
Sinto o presente sendo mastigado por dentes vorazes e atrozes
Vejo escapar de minhas mãos as doces lembranças da infância.
E observo o tempo passar nos ponteiros do relógio de bolso do senhor que espera um ônibus
Na velocidade estonteante da pós-modernidade vejo o instante ruir
E a juventude envelhecer pregada em conceitos
Avisto da minha janela a fumaça corroer seus melhores anseios
E o mundo perder mais uma vez um grande momento
Ouço o clamor mudo do povo enquanto passo por escombros de sonhos
E a pressa não me permite ter tempo para parar...
O momento ruindo à medida que a juventude envelhece
A democracia morrendo enquanto esta se cala
E o relógio anda pra traz no compasso da tristeza da menina que chora
Sinto o mundo ruir em espaçonaves eternas de momentos falhos
Vejo tanta insatisfação que minha alma trasborda em dor.
Já é passada a hora de agir, de fazer os ponteiros do relógio andarem no sentido certo, de pular a janela e fazer acontecer.
O mundo precisa de força, de vontade, de atitude.
Levante, marche e faça do seu sonho de mundo uma realidade.
O momento é este, e que para isto mastiguemos nosso ego, e demos-nos as mãos.

Verena Prujanski Netto 28/05/2005

Colaboração: Verena P. Netto Meneghelli
6/13/2005 09:07:00 AM
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Sexta-feira, Junho 10, 2005

Ensaio sobre o tempo


Andamos perdidos no tempo, mas que tempo é esse, que vivemos mas não sentimos, que passamos mas não demonstramos?

O tempo, é certo, tem seus momentos de explosão, de vigor, de orgulho ou mesmo de tristeza, mas o tempo não tem seu tempo, é constante e é instante.

Bem por isso que nós devemos ter nosso tempo, nosso momento e assim escrever a nossa história, guiada pela égide independente da juventude.

O jovem é livre por si só, questiona tudo e se contrapõe à todo resto. Muitas vezes essa dinamite de expressão, que é o jovem, fica submetida aos modelos adultos, assim são os jovens que o são até onde querem os adultos, onde manda o mercado.

Mas nós pisamos fora desse claro caminho, somos expressivos, realmente significantes, afinal, somos uma quantidade e uma filosofia, a juventude não é vã, pode até ser em algum momento, mas podemos não sê-la, podemos ser íntegros dos valores transformadores à que somos expostos quando nos perguntamos se as coisas REALMENTE tem que continuar como estão.

Quem disse que as coisas são assim? Assim as aceitamos que sejam e não o contrário, por quê? Afinal, podemos nós dizer como são as coisas, podemos ser maioria, além da idade, a juventude, reafirmo, é uma filosofia, eu quero ser jovem até a cadeira de balanço... até lá quero continuar balançando, revirando as estruturas e continuar me perguntando se realmente tem que ser assim.

Jovens somos, uma primavera constante, que florece a cada dia com novos horizontes... podemos até dizer que somos o próprio horizonte, afinal, determinamos o fim dos caminhos que trilhamos, pois caminhamos juntos meus amigos.

Colaboração: Guilherme Meneghelli
6/10/2005 02:20:00 PM
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Quarta-feira, Junho 08, 2005

A Reconstrução de um Título



Um dia torrencial e as letras pareciam cair. Eu no canto do livro, bem abaixo do número da página, que também já pendia, tentava me proteger de toda aquela inundação, palavras e mais palavras caiam em blocos, algumas letras se despedaçavam e na minha cabeça ecoava muita indignação de como alguém poderia permitir que chegasse a esse ponto, e chegou, visto então que foi permitido. As letras insustentáveis, de repente cai a "REVOLUÇÃO" e foi o suficiente pra sucitar a minha ira.

Caí na chuva pra esparecer o sobre o que ocorria e levei várias palvras na cabeça, mas continuei íntegro, visto a queda da REVOLUÇÃO fui refletir e procurar pela EXPRESSÃO e CRIATIVIDADE para que pudessemos reconstruir a dita da queda e continuarmos os próprios humanos inventivos.

Tanto procurei que acabei por encontrar - num derradeiro caminho entre os escombros literários - algumas letras ainda intactas, formações criativas dos inimagináveis HUMANOS, todas as letras em maiúsculo, com muito esforço, eu e mais alguns que encontrei pelo caminho, levantamos e formamos agora uma palavra não mais num contexto geral, mas sim como direção desse contexto, agora REVOLUÇÃO é o título desse livro esmiuçado pela devastadora individualidade que acabou por segregar a quase todos.

Sobramos nós nessa história, os unidos. Temos agora a chance de escrever uma outra história para o decorrer da história!

Texto escrito em Março de 2004

Colaboração: Guilherme Meneghelli
6/08/2005 09:42:00 AM
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